a raul macedo
nunca a manhã deixou de ser manhã
como hoje -
- quando teu corpo
(escorrendo
do orvalho)
encheu o cosmos
debruço-me
no cheiro sofrido do nascimento
deixo antúrios na água que desce pela voz
enquanto um menino se curva
ao fundo da luz
o vazio
nas mãos
o vento emudece o pulmão
deita um intruso silêncio entre tua palavra e o meu mundo
e a claridade continua no que não se pode conhecer.
(quarta-feira, 20 de março de 2013)
fotografias maggie lochtenberg
margaret durow
palavras luciana marinho
.versos em itálico décio pignatari