domingo, 5 de dezembro de 2010

Saudando dezembro... Árvore da Vida

Floresceu, sem cessar, todo um verão
na árvore obstinada, noite e dia,
e se soube futura doação
diante do espaço que o acolhia.
Rilke. Do poema "O Fruto".

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A árvore da minha vida é também suas flores desfeitas. Cultiva o desapego ao solo, quando se desenraíza em brisa. A árvore da minha vida é casa para rios que migram com nuvens, nuvens que migram com peixes, peixes que migram com torrentes que a fazem renascer. Acolhe o tempo do desencontro entre o desejo e a rosa. A árvore da minha vida busca uma alquimia de luz... Tateia o silêncio para enchê-lo de ser. A árvore da minha vida é no cortante de seus galhos. É em suas cascas. É em suas folhas-meninas.
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Fotografia e Texto
Luciana Marinho
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Com alegria, o Máquina Lírica recebe 4 selos
do belo belo blog
Poesia Torta, da querida
Kênia Cris. Repasso os selos para 16 dos
meus blogs preferidos!

Abundante-mente
Ad Litteram
Além mar... Além mim
Ânkoras & Asas
Canto de Espumas
Corpo Estranho
Diversos Afins
Indigo Horizonte
Interioridades
Lacunas do Tempo
Longitudes
Primeira Pessoa
Poesia Torta
Poesia Sim
Sonhos Sujos
Viver é Pura Magia





domingo, 28 de novembro de 2010

domingo, 17 de outubro de 2010

Plumagens

Sobretudo a colina fez,
da infância deles, ar.

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Vento abrindo roseiras.

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Das asas, o sonho cai.

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O coração é o respiro arfante do vento.
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Seqüência de Fotografias
B. Berenika, Lilya Corneli, B. Berenika
Palavras
Luciana Marinho

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Nascentes


O mar salga minha constelação,
envolve o frio com o meu corpo.
Peixes anis, turquesas, algas rubras,
como dói a paz das crianças que pisam
a primavera em nossos ouvidos.
A bússola se quebra e
as estrelas se perdem em sal marinho.

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colagem e texto...Luciana Marinho

domingo, 25 de julho de 2010

Esplendor

a Ricardo Calmon
e seu amor à Natureza

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Não podíamos ver.
Parecia inscrições na água, hieróglifos que iam e viam a depender da luz e da maneira como olhávamos. Entendíamos o esplendor, quando o sol fica imenso lá dentro e estende a manhã para fora
de nós. Entendíamos o nosso corpo, mapa biográfico das constelações. Mas, diante daquela água, não tínhamos forma, se não olhássemos com os olhos do homem que herdou a gruta, a montanha, o divagar dos astros. Talvez não existíssemos ainda sem pressentir as esfinges em nossos calcanhares, sem mergulhar na claridade e "nascer semente".
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texto e fotografia.. Luciana Marinho

aqui: Viver é Pura Magia
blog de Ricardo Calmon.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ponto cego


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(a
brisa ainda respirava a pele
quando veio o golpe cego de ocasos).


Que a água em meu corpo ceda ao rio
como a tarde cede ao semblante da luz.



colagem e texto.. Luciana Marinho

domingo, 27 de junho de 2010

Houvera

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Os girassóis já não se lembram de nós.
Nem o tempo nos conhece mais.
A nossa mão é uma lenda para o fogo
a água
o ar
a terra que não mais nos habita.

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Desde que os pássaros morreram no pulmão dos homens,
a esperança migrou para a placenta dos rios
onde seres se curvam às suas fontes
de calcário, erva, peixe, nuvem.

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Los girasoles ya no se acuerdan de nosotros
Ni tampoco el tiempo los recuerda ya
Nuestra mano es leyenda para el fuego
El agua
El aire
La tierra que ya no nos habita


Desde que los pájaros murieron en los pulmones de los hombres,
la esperanza emigró hacia la placenta de los rios
donde seres se tienden en sus fuentes
de caliza, hierba, pez, nube.

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fotografia. Amelia Bauer
texto .Luciana Marinho
tradução.Indigo Horizonte
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Recebi o presente encantador de ter meu texto traduzido para o castelhano pela querida Índigo Horizonte, autora de belo blog.
Você pode visitá-la por aqui
Indigo Horizonte

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Fez-se ao mar

a José Saramago
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"Libertemos devagar a terra onde crescem milagres como a água, a pedra e a raiz. Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste."
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"Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo."
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"Há um nascer do sol no sítio exacto, à hora que mais conta duma vida, um acordar dos olhos e do tacto, um ansiar de sede inextinguida."
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José Saramago
Portugal, 16 de novembro de 1922 ... Espanha, 18 de junho de 2010
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Fotografia Luciana Marinho

domingo, 13 de junho de 2010

"Canto de Espumas"

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É com alegria que me encontro no
Canto de Espumas. O Canto de Espumas leva nossa sensibilidade a tocar dimensões profundas do Ser preservado em seus mistérios e em sua ancestralidade. Me diz muito sobre um certo olhar para o humano que fascina: o humano que não se desprende da poesia, é irmanado com a natureza e guarda um sentimento místico para com a vida. Deixo aqui o convite para vocês conhecerem esse belo blog. É só se aventurarem pelo link acima.
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Os pés no ar
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E
la
nasceu no ventre dos pássaros.
Nascer no ventre dos pássaros ou no ventre da terra não faz diferença, o mais era a descoberta de saber onde pôr os pés. Cedo, vislumbrou o inverno no profundo de tudo. Dos pulmões, das brisas, dos cantares dos povos. Era a mesma umidade de seus calafrios. A mesma umidade que trazia o outono para as folhas.
Para o inverno ser, as outras estações existiam, pensou... para sabermos dele, para retornarmos a ele. Para Ela aprender a cultivar o calor quando o fogo é uma ínfima fibra em seus olhos.
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Texto e colagem... Luciana Marinho

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Selo Prêmio Dardos

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Grata à Ane, autora do lindo blog Lacunas do Tempo,
por oferecer ao Máquina Lírica o Selo Prêmio Dardos.
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Deixo aqui a minha contribuição:
a dificílima escolha de 15 blogs
da lista de meus 42 preferidos.
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Abraços a todos!
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Após receber o Selo Prêmio Dardos, é importante vocês:
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1. Exibirem a imagem do selo em seu blog;
2. Postarem um link para o blog que o escolheu;
3. Escolherem outros 15 blogs a quem entregar o prêmio;
4. Avisarem aos escolhidos.
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sábado, 10 de abril de 2010

Clarice .

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Quando Clarice é envolvida pelo silêncio que cai das pétalas, o céu principia na terra. Clarice sabe: "O sentimento é como plantação, é para ser colhido". Um horizonte se origina em seu peito no momento em que ela estende as mãos sobre o coração. Onde o sol e a lua nascem ao mesmo tempo, Clarice é adivinhação de criança, quase ciranda incandescida por uma estrela. Clarice segue sem palavras, enraizada de desertos, cuidando dos confins dos homens. O tempo reveste Clarice de luz.
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Colagem e texto...Luciana Marinho
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Motivada pelo texto "Cecília", de Isabel Xarru,
autora do belo blog "Na boca da pele".

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