sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mundos Invisíveis

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Há sempre alguém que não vemos nos doando flores. Este pensamento trouxe o infinito para o peito dela e um deixar-se ali onde o humano cresce livre da morte do silêncio. Da morte da partilha. Da morte da solidão. Ela aninha-se na palma da mão da humanidade. O sagrado move-se em suas artérias como nos olhos dos apartados, dos feridos, dos sem céu. Ela aninha-se na respiração profunda das árvores. Caminha junto ao martírio dos cravos. Atravessa os inquebrantáveis em suas verdades. Atravessa os tolerantes entre iguais. Atravessa os catalogadores de seres. Descansa onde o bico do pássaro recolhe a seiva. E floresce.
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Texto e colagem Luciana Marinho

domingo, 12 de abril de 2009

Primaveras no Vidro

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Pequeno como uma mão aberta,
é prado sonâmbulo na folhagem inocente do tempo.
Não se distrai da natureza.
Sustenta o invisível.
É-se, no bruto fazer-se do mundo,
incrustação na luz..
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Vinha com as nuvens crivadas no ventre.
Vozes familiares se emaranhavam em seus cabelos.
Guardava - nas violetas da pupila
e nos cortes sob o vestido -
a genealogia de infâncias que ficaram
nas laranjeiras,
nas pedrinhas atiradas ao ar,
no vento decantando risos
que não há.
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À casinfância
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.Se olho longamente em teus olhos
encontro minha alma.
Pela tua boca sinto o meu gosto
por frutas e sementes.
Na memória de teu pátio,
o balanço na oliveira me leva,
impregnando meus cabelos de céu.
Corro por tuas fronteiras
imensamente deserto.
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Fotografias Evgen Bavcar
Textos Luciana Marinho

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