o mar foi criança para clara.
anêmonas e melros eram rastos da mesma luz,
do ar tomando clara e respirando-a na lucidez das águas.
era no vestido dela que as pedras marinhas cirandavam
como um cintilar de libélulas.
o mar foi criança para clara
até o instante em que as águas foram vistas em um mapa.
então, arrebataram as barbatanas dos pássaros
arrebataram as asas dos peixes.
conchas se perderam no íntimo quedar das mãos
sobre os corais de luzes.
fotografia andreas franke
palavras luciana marinho