e fui cuidar do que restava,
que é sempre o que se deve fazer.
caio fernando abreu
ele se misturou à claridade de meu ventre.
adivinhou confins, o olho mudo, a água.
aqueceu a mão nas nuvens
e me deu um sol crescente nas coronárias.
dormimos desconhecendo ser a última rotação
da lua em torno de nossa casa;
que, inocentes, abriríamos os olhos para os animais
sangrarem com a língua as nossas asas.
redemoinho de miudezas que o vento alastra.
variações do punhal no esgarçado músculo da cara.
fragmento de fotografias de alison scarpulla .
. palavras de luciana marinho
.
.