sábado, 19 de maio de 2012

Do ido


desiludo-me nesse porão...quase me sufoco tapando as narinas de deus
fuligens irrigam meu peito amontoado de ossos  estrias  vitrais
boca de céu tombada em suas membranas
amarílis  rosas  dálias maceradas nas entranhas
deixo a alma na largura do morrer do mundo
não sei
do quinhão...das heranças.que me quebram em água
me alastram em terra de ninguém
dessa mão queimada nos dedos
desse barbante em volta do punho para não esquecer
o vento abrindo roseira

fotografia  anka zhuravleva
palavras  luciana marinho

quarta-feira, 9 de maio de 2012

constelar


seu corpo começa em seu olhar. descoroa o amor cegando o ventre. teme o desabrigo do vento. teme os filhos que não têm sido e ocupam suas palavras. corre no território de bichos fascinada com crianças em seu pensamento. remove o que pode sagrá-la no interior das águas. afunda em seus próprios olhos derramando-se em círculos que se abrem horizontes. onde o deserto acaba.

luciana marinho
colagem e palavras

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