
ela queria ser plantada ao largo
e ninhos no buraco do peito.
dizia que seu ventre dava para muitas coisas menos para filhos.
ninguém acreditava que era pelo ventre que cuidava dos filhos dos outros,
de seus retratos na escuridão, de suas vozes no ranger das portas,
de seus passos descalços da carne.
a começar pela casa vigiada por cães que atravessavam as paredes
e entravam no sonho de todos, o mistério se sentava à cabeceira da mesa
e tinha uma rosa que nunca envelhecia na lapela.
ela nascera quando as árvores ficaram seres vivos estranhos, de frutos e
flores secos, respiravam pouco e tinham pouca estatura.
enquanto o homem achava cada vez mais sombrio a vida envelhecer,
ela falava das esquecidas sequóias: "120 metros em pé por mais de mil anos!".
ao entardecer, lançava migalhas às beiras da escuridão
e aguardava os pássaros se conservarem acesos.
de seus retratos na escuridão, de suas vozes no ranger das portas,
de seus passos descalços da carne.
a começar pela casa vigiada por cães que atravessavam as paredes
e entravam no sonho de todos, o mistério se sentava à cabeceira da mesa
e tinha uma rosa que nunca envelhecia na lapela.
ela nascera quando as árvores ficaram seres vivos estranhos, de frutos e
flores secos, respiravam pouco e tinham pouca estatura.
enquanto o homem achava cada vez mais sombrio a vida envelhecer,
ela falava das esquecidas sequóias: "120 metros em pé por mais de mil anos!".
ao entardecer, lançava migalhas às beiras da escuridão
e aguardava os pássaros se conservarem acesos.
fotografia martin stranka
palavras luciana marinho