sábado, 1 de junho de 2013

carta



23 de dezembro



t.,


avistei um homem perdido. seus passos sem território eram os meus. penso nos filhos que morrem, a primeira vez, no sangue das mães. o cheiro de hortênsias os cobre e eu o sinto quando eles passam por nós. como em mim. nestes dias em que desconheço para que servem tantas coisas, a lentidão ocupa a mobília e a luz que estende os vitrais pelo interior da casa. faz frio e só as crianças vivem todas as estações querendo ir para fora de suas casas. seguem o terral como a um olho furioso.

  
c.








m
fotografia    aëla labbé
palavras    luciana marinho

12 comentários:

  1. Los niños saben lo que los mayores hemos olvidado. Los niños y los animales saben lo que el hombre y la mujer "cultivados" han perdido pero, en ocasiones, el hombre y la mujer saben conservar al niño...

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    1. sim, as crianças são um jeito de ser a Vida. beijos, querida.

      * grata pela presença e surpresa do comentário tão próximo à postagem :)

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  2. Leio, fruo, deixo que as palavras me toquem. Sinto-as perto, entendo-me bem com elas...
    Sempre bem, Luciana!

    Beijo :)

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    1. escuto tuas palavras com o coração, rio adentro. grata, AC. beijinho.

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  3. Que perspicaz forma de escrever uma carta para si mesmo...

    Abç, Lu!

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  4. Não consigo pensar num único homem que não esteja perdido...

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    1. eu sim.
      pessoas que não estão perdidas de sua morada nos sentidos (da vida).

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  5. Intenso e BELO BELO!

    Saudades Abissaissssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

    bzuz

    viva la vida!

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    1. rs...! se ri e rê dizem que há beleza,
      eu fico encantamento.

      viva la vida, sim :)

      beijos!!

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