domingo, 27 de junho de 2010

Houvera

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Os girassóis já não se lembram de nós.
Nem o tempo nos conhece mais.
A nossa mão é uma lenda para o fogo
a água
o ar
a terra que não mais nos habita.

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Desde que os pássaros morreram no pulmão dos homens,
a esperança migrou para a placenta dos rios
onde seres se curvam às suas fontes
de calcário, erva, peixe, nuvem.

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Los girasoles ya no se acuerdan de nosotros
Ni tampoco el tiempo los recuerda ya
Nuestra mano es leyenda para el fuego
El agua
El aire
La tierra que ya no nos habita


Desde que los pájaros murieron en los pulmones de los hombres,
la esperanza emigró hacia la placenta de los rios
donde seres se tienden en sus fuentes
de caliza, hierba, pez, nube.

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fotografia. Amelia Bauer
texto .Luciana Marinho
tradução.Indigo Horizonte
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Recebi o presente encantador de ter meu texto traduzido para o castelhano pela querida Índigo Horizonte, autora de belo blog.
Você pode visitá-la por aqui
Indigo Horizonte

19 comentários:

  1. perdemos o contato com a essência... belo, luciana.

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  2. lenda do fogo, peixes mortos nos pulmões... lindo, lu!
    meio druídico até :D

    beijos.

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  3. Minina Lu!Afff!Meus sais pleseeee!
    Tu és escriba,e intensa!Me ensina assim a escrever?Neófito e discípulo teu serei!Nacestes para roteirista ser!Uma dica:em solta e livre narrativa,quando inspirada estiveres,de maneira intensa,como o vento fosses,desenvolva o tema "Segunda Pele"em narrativa,prosa,verso,samba canção rsrsr emene esse tema,não erro em intuir pessoas translúcidas como voce!

    bzuz girassolicos em alma poética tua!

    viva la vida,doce escriba!

    smackkkkkkkkkkkkkkk

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  4. para que não mais verses acerca da ausencia de girassois,rsrs,aqui retorno pra te lembrar que campos meus,quando lá apareces todos,a ti voltam e teu sol absorvem!

    yes ,és tão doce que até transformas seguidores teus ej poetas,viver é isso,pura magia

    viva la vida

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  5. mesmo a hora de noite essa,deu para perceber o girar de girassois de campos meus,para teu sol mirar,huhuuuuuuuuu,escriba caríssima,uma noite boa para vc!

    Viva La Vida

    outro abraço!

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  6. Lo leí, Lucinda, hace unos días, aunque no comenté. Me gustó mucho. La naturaleza, de la que somos parte, esos peces muertos, ¿acaso no nos recuerdan que nos estamos muriendo nosotros también? Te escribo más directamente en tu correo. Um abraço ! ¡Y muy grande!

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  7. a imagem é sua matéria prima, lu.
    e você sabe traduzi-la (s) em belíssimas palavras.

    gosto (mesmo!) do jeito que você esculpe suas coisas, da forma como manuseia o verbo.

    beijão,
    r.

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  8. Lindo, profundo, atual. Uma Luciana que alcança as alturas sem esquecer o que se passa em nosso chão.

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  9. nydia,

    meu texto está vivo em tuas palavras.. obrigada!

    natália,

    meio druídico é bonito :)

    ricardo,

    obrigada por colocar girassóis em minha casa!

    rodrigo,

    bem-vindo! bem-vindo! um abraço!

    índigo,

    teu azul já faz parte do céu daqui :)

    roberto,

    obrigada pela gostosa companhia! sempre.

    gaby,

    bem-vinda! bem-vinda! um abraço para ti também!

    d'Angelo,

    obrigada por fazer poesia ao comentar meus textos! :)


    beijoca a todos!

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  10. a poesia e seu paganismo purificador da alma humana.

    belo poema. tradução mais do que merecida.

    Bjs!

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  11. As suas inversões são lindíssimas "a terra que não mais" E esse monte de imagens inteiras que brotam das letras e desaguam no rio.

    Belezura, Lu!

    Beijo enorme

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  12. Se a natureza já não nos reconhece, se já não respiramos o vôo livre dos pássaros, resta-nos a (tua bela) poesia.

    Que tradução encantadora (e merecidíssima)!

    Lindo, lindo, lindo post!!

    Beijo grande,
    Ane

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  13. Muito belo, tanto quanto o belo possa ser permitido no mexer na ferida...

    Beijo

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  14. Tempo da desolação, do esquecimento.

    Um grande abraço.

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  15. Muito bom poema, Luciana.
    Gosto do seu atrevimento com as palavras, do uso de imagens insólitas, beirando sempre o surreal - e às vezes mergulhando nele.

    Um grande prazer conhecer o seu blog!

    Beijos

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  16. Estimada Luciana:

    Tu palabra vuela con intensidad en est dolorosa impresión, en este paísaje donde la esperanza se ha ido.

    Como siempre todo un placer leerte, quedarse ensimismado con tus poemas mapas de las profundidades.

    Con afecto

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  17. "Os girassóis já não se lembram de nós" - uma beleza esse verso, nele cabe um universo.

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