descobri que sei guardar segredo.
a água inunda os batimentos cardíacos.
o olhar se esvai em cobre, potássio, cobalto
— diminuto calendário das dores que, na descida, não é tempo,
é brisa de água.
a crosta de tudo que desdiz meu nome me reveste com um corpo
mais sonoro: eco de nenhum cão.
sorvo-me — farpas, vidros, o pântano da primavera em meus pulmões secos.
sei guardar segredos que matam.
fotografia robert moses joyce
palavras luciana marinho