à Eliz e Duda.
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cresceu como um girassol à minha vista
em meio à serração e à tarde num punhado de orvalho
como um rio estendido pelas minhas extremidades
ou um lago me iluminando inteira
no vértice de um astro.
antiga era a mão ao tocar
estrelas enraizadas no semblante das árvores.
antigo respirar com força a terra
até luzir duas asas no diafragma.
tornei a principiar pelo coração. .
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em meio à serração e à tarde num punhado de orvalho
como um rio estendido pelas minhas extremidades
ou um lago me iluminando inteira
no vértice de um astro.
antiga era a mão ao tocar
estrelas enraizadas no semblante das árvores.
antigo respirar com força a terra
até luzir duas asas no diafragma.
tornei a principiar pelo coração. .
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Paisagem Interior II .
iluminar com lírios o encontro dos pés com a terra.
mover-se sobre as pedras de ar
como ser vertido no colo do silêncio.
não ter dentro e fora.
ser a ascensão de uma asa em fogo
como um vulcão no palato.
o que é o palato
senão por onde a alma desliza em sopro? .
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mover-se sobre as pedras de ar
como ser vertido no colo do silêncio.
não ter dentro e fora.
ser a ascensão de uma asa em fogo
como um vulcão no palato.
o que é o palato
senão por onde a alma desliza em sopro? .
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vento abrindo roseiras. .
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fotografias e palavras
luciana marinho
fotografias da cidade de triunfo, sertão de pernambuco.
ResponderExcluirabraço!
[...]
sei que há muitas vilas grandes,
cidades que elas são ditas;
sei que há simples arruados,
sei que há vilas pequeninas,
todas formando um rosário
cujas contas fossem vilas,
todas formando um rosário
de que a estrada fosse a linha.
devo rezar tal rosário
até o mar onde termina,
saltando de conta em conta,
passando de vila em vila.
vejo agora: não é fácil
seguir essa ladainha;
entre uma conta e outra conta,
entre uma a outra ave-maria,
há certas paragens brancas,
de planta e bicho vazias,
vazias até de donos,
e onde o pé se descaminha.
não desejo emaranhar
o fio de minha linha
nem que se enrede no pêlo
hirsuto desta caatinga.
pensei que seguindo o rio
eu jamais me perderia:
ele é o caminho mais certo,
de todos o melhor guia.
[...]
. joão cabral de melo neto
Interiores de belezas a serem descobertas... Vamos seguindo esse rio, que não nos perderemos...
ResponderExcluirFoi lindo. Está sendo lindo.
belíssima atualização do romantismo, Lu [a natureza como espelho/desdobramento da alma do poeta].
ResponderExcluirbeijo!
Vento abrindo roseiras e os segredos das paisagens interiores.
ResponderExcluirbjs
Mon Dieux,trés romantique,algum velho gnomo percebeste em de arco íris ponta????
ResponderExcluirbzuz
mágica escriba e amiga de vida minha,mesmo sem olhos nos olhos
el fuefu disse e repete
ai lovi iu
eliz,
ResponderExcluirestás em tantas paisagens interiores minhas, muito além de triunfo e serra talhada :) isso é precioso e lindo para mim.
beijos!
jone,
ResponderExcluirque bonito!
não tinha feito essa relação.. e eu que tanto admiro o pensamento dos filósofos do romantismo!
(me veio agora que também aprecio o inverso: a alma do poeta como espelho/desdobramento da natureza)
beijone!
ricarlírico,
ResponderExcluirpercebo um arco-íris inteiro no coração de um certo borboleto!
:)
bisou!
olá, sônia!
ResponderExcluirquanto mais desvendo mistérios, mais me distancio do real...
grata pela visita!
beijinho!
Gostei das 3 paisagens, principalmente do "vento abrindo roseiras". Meu beijo.
ResponderExcluirCuando el misterio se hace paisaje, elige a su duendecilla más bella. Cuando el paisaje se hace misterio, se vierte en la boca de la luz que, con su lírica máquina del tiempo, nos la devuelve envuelta en tres interiores etéreos llenos de la más bella luz de la tierra. Un abrazo muy azul, mi bella y enternecedora Lu.
ResponderExcluiríndigo,
ResponderExcluirque troquemos sempre o que nos encanta. li agorinha o teu "volátil"... quanta sutileza e delicadeza! belo sentido deste à linguagem!
abraço carinhoso!
e azul, azul..
jota,
ResponderExcluirdas 3 paisagens é a minha preferida..
grata pela presençpa e palavras.
um abraço!
Belas paisagens e interiores... admiro a sutileza do teu olhar.
ResponderExcluirAbraço!
Soninha
teus versos desenham as mais belas paisagens, querida Lu!
ResponderExcluirbeijinhos,
Ane
teus olhos também fazem a beleza da poesia...
ResponderExcluirbeijoca, ane!