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Pequeno como uma mão aberta,
é prado sonâmbulo na folhagem inocente do tempo.
Não se distrai da natureza.
Sustenta o invisível.
É-se, no bruto fazer-se do mundo,
incrustação na luz..
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Vinha com as nuvens crivadas no ventre.
Vozes familiares se emaranhavam em seus cabelos.
Guardava - nas violetas da pupila
e nos cortes sob o vestido -
a genealogia de infâncias que ficaram
nas laranjeiras,
nas pedrinhas atiradas ao ar,
no vento decantando risos
que não há.
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À casinfância
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.Se olho longamente em teus olhos
encontro minha alma.
Pela tua boca sinto o meu gosto
por frutas e sementes.
Na memória de teu pátio,
o balanço na oliveira me leva,
impregnando meus cabelos de céu.
Corro por tuas fronteiras
imensamente deserto.
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Fotografias Evgen Bavcar
Textos Luciana Marinho
Olha, vim cumprimentá-la e dizer que de primeiro empacto tive a sensação de que não se deve fazer isso com ninguém, por tamanha primavera entre o prazer e o significado!
ResponderExcluirtambém, gostaria de compartilhar:
'Setembro é o teu mês, homem da tarde
anunciada, em folhas, como uma ameaça.
Ninguém morreu ainda e tudo treme já.
Ventos e chuvas rondam pelos côncavos dos céus
e brilhas como quem no próprio brilho se consome (...)'
Relatório e Contas, de Ruy Belo
saudações e flores,
Vanessa Maria
Belo blog.
ResponderExcluirÉ um prazer passar por aqui.
Um abraço.
em primeiro lugar, gostei da inovação da postagem; delicadíssima a imagem dos dentes-de-leão!
ResponderExcluirque belo poema!
gostei sobretudo do último trecho, deve ser porque tenho pensado muito em alma ultimamente rsrs.
beijo!
Obrigada pelo comentário tão fofo!
ResponderExcluirE, saiba que eu também gosto daqui!
p.s. tem um simbolismo contemporâneo... uma 'q' de alma plena... alma imperfeita.
Abraço!
É intensamente vil isso, né?
ResponderExcluirIsso de saber que a imagem pode aflorar o indizível e/ou que o verbo cola-se à nossa bocarra donde se insurgem imagéticos desaforos líricos!
É uma máquina, não?... máquina lírica que maquina tua lira.
Bj imenso!
Gosto-te sempre, cada vez menos em degredo.
...Da luz delicada que vem de tuas palavras!!!
ResponderExcluirTenho imenso prazer em ser-te amiga. Fã incondicional. Lu-luzes da primeira primavera.
Coração cheio de saudades, Lu.
Liah Maroni.
sustentando o invisível
ResponderExcluirprenhe de nuvens
(quantas infâncias...quantas...)
ainda corremos, em memória
por desertas fronteiras
sob um céu sem nome
(cá estamos. voltamos, enfim)
lá no espantalho...escrevi algo pra vc.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi,
ResponderExcluira partir de Lau Siqueira aqui cheguei. Cheguei, vi, li e gostei. Uma agradável surpresa. Mais cedo ou mais tarde, espero publicar alguma coisa sua no Balaio Porreta, com os devidos créditos, claro. Tudo bem?
Um abraço.
Hummm, como está lindo tudo por aqui, doce Luciana!... Que delicados, deliciosos, são teus poemas. Sempre um prazer passear em teu jardim, recolhendo um pouco do néctar de tua alma alada. Beijinhos!
ResponderExcluir"À casinfância"
ResponderExcluirLu, que texto é esse que leva a alma a viajar no passado, misturar o presente,traz a memória as coisas mais remotas,de uma recordação imaginaria ou existêncial da vida?!Poxa, esse texto mexeu comigo!!Lindo,lindo!!
Parabéns,beijocas.
Marta Tenório
"e liberto-me do meu ser para, no tempo, voltar a ver o que já foi", eis que me permiti continuar-te, concordas? :-)
ResponderExcluirbeijinho
Ah, me pega pelo pé... quer dizer, pela mão e me levas aos teus jardins. É difícil florir?
ResponderExcluirBeijo grande,
Ale