domingo, 2 de setembro de 2012

quase ar

 
 
 
abriu o livro e as vozes vieram.
a terra subiu em cheiro como meninos gravitando.
a casa em desalento, na curva abismal dos dedos,
ergueu-se das palavras.
morriam, em algum canto do corpo, os animais acuados.
árvores vagavam como feridas carregando o sol.
o vinho coagulou a um gole da vida.
 
 
 
fotografia   alison scarpulla
palavras   luciana marinho


10 comentários:

  1. Hoy tus palabras me duelen porque me duele este dolor de abismos en los dedos, de palabras que se yerguen para morir, de árboles que vagan, heridos... me duele esta sangre coagulada que destila amargura en forma de libro.

    Un abrazo apretado y añil, cálido e intenso, para ti.

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    1. índigo,

      é que ando com um espinho no dedo midinho, mas já já ele cria asa :)

      grata pelo comentário poético!

      abraço!

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  2. lu,
    densidade e e profundidade.
    trocando em miúdos, você é foda.

    beijão do

    roberto.

    ps:
    querto levar eu livro a recife. se isso não acontecer, vou mandar um curumim morder a batata da sua perna.

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    1. ô, roberto, fico alegre com tuas palavras porque admiro um tantão a tua escrita e sensibilidade. trarás teu livro para recife? (das crônicas é?)

      quero um autógrafo teu, mas se não der aceito bisonha o do curumim :)

      beijinho

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    2. levarei, certamente. e na bagagem de mão.
      aliás, luciana, quando for pra acontecer essa coisa de livro, poderíamos juntar uma turma aí na veneza brasileira e, num botequim mesmo, fazermos uma farra tendo o livro como desculpa.
      se juntarmos uma turma, eu vou.
      eu e bispo filho, claro.

      o que acha?

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    3. seria uma bela comunhão, roberto! vamos nos falando sobre isso. beijocas!

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  3. [atento ao mundo,

    e nele, o corpo recolhe o que do livro se fez desalinho.]

    um imenso abraço, Luciana

    Leonardo B.

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    1. gosto quando você entra no poema e o expande, leonardo. grata pela beleza de teus comentários.

      grande abraço!

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  4. Como el retrato profundo de algo doloroso que las manos descubren con su tacto y su lento acariciar las realidades. Siempre un placer.

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  5. que belo, juan, belo. tua leitura, tão sensível, encanta.

    abraço!

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