sábado, 19 de abril de 2008

Olho d'água

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Havia a colina. O moinho.
A chuva fazendo da tarde uma ilha.
Os passos dentro das folhas.
E o ar amparando a idade das crianças.
Havia a bússola. O vento.
A cerca guiando os animais ao peito do homem.
A luz ecoando magnólias no fluir dos rios.
E o tempo recostado nas sementes.
Havia o olho d'água. O ventre.
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Fotografia e texto Luciana Marinho
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22 comentários:

  1. Difícil dizer o que toca mais: se a foto (a mim tão íntima), se o poema. Recordo-me as brincadeiras na linha do trem de Mirandiba, as conversas de quem tem um mundo a desbravar e acredita que ele irá se entregar. Será que transpusemos a cerca? Fomos além.
    Belo, Luquinha!

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  2. Que belo Lu, a fotografia o poema, a união perfeita.
    A beleza presente causa efeito de deslumbramento, e a junção ofusca a vista pela luz presente no que se vê.
    Só uma pessoa com sensibilidade pode propocionar a nós esta sublime perfeição, e essa pessoa é: Você.
    Estou realmente encantada!
    Um beijo grande, Lu!!!

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  3. Lu, eu tinha que voltar e descrever o que senti ao vê hoje pela manhã Lumiar!

    SUBLIME
    nobre
    muito elevado na sua beleza
    perfeitíssima
    excelente
    grandiosa
    tem poder de encanto
    majestosa
    encantadora
    magnífica
    esplêndida
    O mais alto grau de perfeição
    Onde se chega a perfeição do belo
    E o que há de mais elevado nos sentimentos: Sublime.

    Um grande beijo doce menina!

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  4. E no lumiar das palavras está... Luciana!

    Sintonia perfeita entre o captar da emoção, a imagem e palavras.

    Beijo, Lu!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Eres tu , poente belo, y que a todos 'candeia'.
    Casi nada es caso todo alla.
    Una aplitud de sentidos, de querencias y algo más.
    Eres tu, poente belo.

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  7. bucólico e levíssimo, como um pingo de chuva :)


    beijos!

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  8. o ar que ampara, das crianças, a idade...quanta fala por aqui faz.
    no ventre...no ventre.

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  9. lembrei-me imediatamente de uma casa em que eu morei aos 9 anos: tinha um manguezal do outro lado da rua e muitas plantas no quintal. eu acordava cedinho e ia pra o meio das plantas olhar suas cores e acompanhar o trabalho das formigas. antes de tudo, cumprimentava primeiro as urtigas. me disseram que elas não deixariam suas folhas queimarem a nossa pele se fossem tratadas com deferência. a rua era de terra. quando a chuva parava, era uma festa de crianças correndo atrás das tanajuras. eu tinha nojo de comer, mas adorava a caçada.

    choveu ontem. caminhei na chuva como eu fazia aos 9 anos.

    e tanta coisa mais eu poderia dizer sob o efeito do toque desse teu poema...

    aliás, uma das coisas mais belas que já li em toda minha vida.

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  10. lindo!
    lindo o horizonte visto daqui...
    um xêro

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  11. ...E havia os olhos da alma: para aspirar os perfumes e seivas da vida... para iluminar os passos dentro das folhas... e as flores perdidas nas trilhas...

    Sempre tão bom (re)pousar por aqui, Luminosa amiga!

    Beijos alados, em tons outonais.

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  12. Falar desse caminho ao peito do homem é lindo.
    Sempre bom vir aqui!

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  13. Havia? Deixou saudade.

    Beijos de Sol e de Lua.

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  14. LU | poetisa-lu z | quantas possibilidades de vôo nesses textos | céu róseo : olho d'água | sinto cheiros, ouço notas... | em LU (a palavraimagembuscaalém) em nós | lin lin do !

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  15. A beleza enxuta da cena me lembra outros motes, montes

    (...)Vem,
    Tu moinho
    Espreme minha cana
    Bebe meu sumo
    Espalha sobre a terra
    E faz nascer usinas

    Que de mim quero o pó
    Fecundante do mundo
    E encher outros prumos
    de novas paisagens

    (Michel Costa)

    PS: Vi teu blog fuçando o de Lau, rsrsrs
    Está de Parabéns

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  16. Lu,

    Nasceriam pássaros e flores do olhar e de tuas palavras. Cresceriam árvores nas pontas dos dedos. Isto é o que penso.Mas já era tudo azul à sua volta. Restava apenas o ventre, onde se espera não adormecer sozinha.

    beijos e admiração, querida.

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  17. Quando te leio, aprendo. Chega-me uma vontade irresistível de voar. Plainar en tuas palabras, miuda!!

    grande beijo.
    Antzela.

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  18. Um dos textos mais belos e emocionantes, lindíssima arquitetura de palavras e o vivo e reinventado desabrochar de sentidos! Beijos e saudades!
    Ale

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