sábado, 1 de junho de 2013

carta



23 de dezembro



t.,


avistei um homem perdido. seus passos sem território eram os meus. penso nos filhos que morrem, a primeira vez, no sangue das mães. o cheiro de hortênsias os cobre e eu o sinto quando eles passam por nós. como em mim. nestes dias em que desconheço para que servem tantas coisas, a lentidão ocupa a mobília e a luz que estende os vitrais pelo interior da casa. faz frio e só as crianças vivem todas as estações querendo ir para fora de suas casas. seguem o terral como a um olho furioso.

  
c.








m
fotografia    aëla labbé
palavras    luciana marinho

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